Vamos falar, então, um pouco sobre Inclusão, tema da primeira formação de professores da Escola Monteiro Lobato.
Como professora de turma de inclusão, tanto na área como nas séries iniciais, já que meu 3º ano, à tarde, é de inclusão também (tenho dois alunos com necessidades especiais), observo e vivo essa experiência todos os dias.
Posso dizer que não é fácil, não é nada simples para os professores que não estão habituados, receberem um aluno que precisa de uma atenção, de um trabalho diferenciado, muitas vezes, do restante da turma. Na nossa tarefa de educar, ensinar, alcançar objetivos com nossa turma e vê-los em constante crescimento, almejando que, ao final do ano letivo, todos estejam aptos para a próxima série, nos deparamos com a realidade de alunos que nos exigem mais, que precisam de algo a mais de nossa parte, professores. E aí se encontra, para mim, a complexidade da inclusão. Precisamos descobrir como ajudar este aluno que necessita de um olhar mais atento, precisamos descobrir como chegar até ele muitas vezes, pois não é comum que seja receptivo logo de início, precisamos saber como trabalhar com ele, como propor as atividades escolares, enfim, precisamos fazer várias tentativas, talvez, até acertar uma vez com ele. Creio que não é uma tarefa simples incluir, apenas, um aluno com necessidades especiais em sala de aula. O professor, preocupado com a aprendizagem e com o bom desenvolvimento daquele aluno, terá de buscar meios para trabalhar com ele, recursos que o ajudem a construir uma boa relação com esta criança ou adolescente, precisará de muito auxílio e trabalho em conjunto, para que haja resultados positivos.
Maura Corcini Lopes fala em seu texto, "Inclusão como experiência", que "fazer a inclusão em espaços politicamente indicados de pessoas marcadamente diferentes (marcas visíveis da deficiência, da etnia...) é relativamente fácil e uma condição necessária para que a convivência se estabeleça, mas não é uma ação suficiente para que os olhares de uns se modifiquem em relação aos olhares de outros. Não basta promover a inclusão se orientando a mesma estão atravessamentos discursivos que veem a diferença dos sujeitos na ordem da tolerância, da doença, da deficiência, da impossibilidade de vir a ser". É exatamente isso, não basta incluir por incluir, incluir porque é lei, porque é politicamente correto, socialmente aceito, se não há, de fato, a visão da igualdade, da aceitação da inclusão como uma nova realidade no ensino, o olhar de que todos somos iguais, seres humanos, nenhum melhor, pior, mas, claramente, diferentes em nossas necessidades, objetivos, planos, caminhos. Não basta aceitar um aluno com necessidades especiais somente porque "ele tem direito de estar na sala de aula", pois, assim, com este olhar, não teremos sucesso com ele. Temos de aceitá-lo e recebê-lo como um educando, como um aluno que também está ali para aprender, crescer, se desenvolver conforme puder, conforme for a sua capacidade que, muitas vezes, dentro da escola, descobre-se muito maior do que muitos podiam prever. E isso, falo por experiência própria.
Um bom dia a todos! Professora Cassia W., Língua Portuguesa.
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